A busca é inevitável, o encontro é casual. Casual é por acaso. Pensando bem, é preciso aspas em acaso. A busca é qualquer uma, espírito ou matéria, iluminada ou equivocada. A busca é inevitável, o encontro é “casual”.
Porque acaso é uma palavra pretensiosa. Pretendemos saber a causa de tudo e, quando não sabemos, concluímos que não há causa. Que não existe porque não percebemos. E assim não desenvolvemos a percepção.
Pretensão pura. Quantas coisas acontecem e não sabemos as causas…
É preciso um pouco de humildade para admitir o pequeno alcance da razão humana – diante do todo universal – e, por conseqüência, aprender o que se pode e não explicar o que não se pode. Não conceber o inconcebível e se dedicar ao desenvolvimento possível.
O que precisamos aprender, o que está no imediato desenvolvimento da evolução de cada um é o que está ao alcance. A dedicação ao inalcançável, a pretensão de entender o que está além da capacidade humana de compreensão impede a percepção do que se pode perceber, impede o desenvolvimento possível.
Daí tanta arrogância entre os “evoluídos” – que não percebem que este sentimento de superioridade é a demonstração da sua precariedade evolutiva. Somos um nível evolutivo, como um grupo, como uma família humana, com diversidade mas em unidade. Os que melhor enxergam o caminho se tornam mais responsáveis com a caminhada do grupo. Não melhores, nem superiores, apenas mais responsáveis, em decisões, atitudes e exemplos, além da obrigação de orientar, sempre que possível, os que pedem orientação.
Cabe desenvolver bem a percepção do possível.
Não se plantam sementes no deserto.
Ali se procura água.
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